domingo, 17 de julho de 2011

Falando de Ciência

Já são quase dois anos de jornalismo científico! E gostaria de compartilhar um pouco dessa experiência... Eu que era acostumada com a fala simples, imediata e clara do rádio.... passei a conviver com termos técnicos... e mais: escrever e explicar para quem já tem vasto conhecimento sobre o assunto. Um grande desafio... Mas... o jornalismo é assim.... um desafio a cada dia... o novo para decifrar e explorar a cada notícia.

Confesso que no começo, não achei nada agradável ao me deparar com um Inventário Brasileiro de Emissões Antrópicas de Gases de Efeito Estufa, e saber que o carbono (no cálculo das emissões) é considerado, como medida, equivalente a outros gases e que a flatulência de um bovino “pode” contribuir para aumentar o aquecimento da terra... e por aí vai...entre outras coisas que nem arrisco tentar entender ou explicar...

Apesar da dificuldade inicial e permanente.... o jornalismo científico é como uma caixa de surpresas.... como disse uma colega jornalista.... é se sentir como “Alice no País das Maravilhas”.

Para mim, uma grande descoberta foi escrever sobre Lixo Espacial! Jamais tinha parado para pensar que as facilidades tecnológicas que vivenciamos hoje, graças aos satélites, correm riscos importantes por conta dos detritos na órbita terrestre. Imagina.... satélites velhos e desativados, restos de missões espaciais ( como peças de foguetes). São milhares de objetos diversos que, pela grande velocidade, podem causar sérios danos a outros satélites e a novas missões espaciais.

Outra grande surpresa foi conhecer as brasileiras Rosaly Lopes e Jacqueline Lyra, que trabalham há anos na Nasa. Rosaly é apontada como uma das maiores especialistas em vulcões do mundo e coordena uma missão que explora Saturno e suas Luas. A engenheira Jacqueline trabalha com robôs em Marte. Elas são exemplos de sucesso da mulher na carreira científica e de brasileiras respeitadas no exterior e que não conviveram com discriminação nem por sexo e nem por origem. Um exemplo de determinação, como de muitas outras mulheres cientistas brasileiras que estão na Antártica e desenvolvendo trabalhos importantes no próprio País!

Também me surpreendi ao saber que, mesmo com cientistas de excelência fora do País, a produção científica do Brasil cresce acima da média mundial.... e que o Brasil passou a ser visto com outros olhos... avançando no ranking da inovação.... etc. Fico feliz em poder contar um pouco dessa história para quem não tem nenhuma intimidade com o assunto. Espero poder contribuir para tornar a ciência cada vez mais perto do vocabulário do cidadão comum... Seria fundamental ver jornalistas mais atuantes na área... interessados em contar um pouco da nossa ciência e valorizar cérebros que ainda estão por aqui.

Espero ver cientistas e jornalistas falando a mesma língua... não é fácil.... mas não é impossível... Quem já está na área há muito tempo afirma que houve muito avanço... hoje muitos cientistas, longe daquela figura isolada no laboratório, estão em total interação com a sociedade e já percebem a importância da divulgação do papel da comunidade científica como agente essencial na discussão das políticas do país.

Acredito que o País, além de produtor de ciência, pode ser grande produtor de tecnologia e inovação. O Brasileiro é criativo e se interessa por tecnologia. Por que não gerar esse conhecimento aqui. Não se trata de reinventar a roda, como muitos costumam dizer, mas de aprender como ela é feita para fazer melhor...

Ambientalista, religiosa e amante da ciência!!! Isso é possível e é sustentável! A ciência e a tecnologia juntas podem ser o caminho para a cura de muitas mazelas sociais... com políticas públicas sólidas... podem gerar renda, emprego e uma vida melhor para as pessoas. Com certeza, terei muitos outros aniversários para comemorar trabalhando pela divulgação científica.

Falando no tema Ciência x religião, apesar de não se tratar desse lado positivo da ciência, sugiro uma conferida no livro e filme: Anjos e Demônios. Lançado em 2009, e dirigido por Ron Howard, a trama foi adaptada como uma sequência de ‘Código Da Vinci. Baseado no Best-seller do escritor Dan Brown, conta a história de um professor de simbologia que é interpretado pelo ator Tom Hanks. Um suspense fascinante com informações sobre ciência, religião e história da arte.

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